Financiamentos imobiliários crescem 30% no 1º semestre de 2024

Balanço divulgado pela Abecip apresenta dados otimistas para o mercado imobiliário brasileiro

Um volume de R$ 149,4 bilhões em financiamentos imobiliários só no primeiro semestre de 2024. O balanço divulgado pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) indicou o crescimento de 30% dos financiamentos em comparação ao 1º semestre de 2023, além de uma alta nas concessões de crédito de garantia de imóveis e da menor taxa de inadimplência do SBPE na série histórica. 

Considerando apenas o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), foram R$ 82,1 bilhões financiados - crescimento de 7% em relação ao mesmo período do ano passado. Já os financiamentos feitos pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) chegaram a 75% de alta, saindo de R$ 38,3 bilhões de concessões para R$ 67,2 bilhões. Segundo o presidente da entidade, Sandro Gamba, o resultado significativo é consequência das ações para revitalização e fortalecimento do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). 

As análises dos financiamentos pelo SBPE também resultaram em uma taxa mínima de inadimplência histórica, com índices de 1,3% nos primeiros seis meses de 2024 - considerando os contratos com mais de três prestações atrasadas. Em 2023, essa taxa foi de 1,4%, sendo 2005 o ano com o pior resultado (8,5%). 

Já as saídas de recursos da poupança SBPE somaram R$ 6,1 bilhões no mesmo período. Apesar de ser visto como um resultado negativo, o presidente da Abecip destacou que ele foi atenuado pela captação líquida em maio e junho - possibilitando um crescimento de 3,3% no saldo da poupança. 

O Crédito de Garantia do Imóvel (CGI), também conhecido como home equity, também apresentou bons resultados. As concessões do 1º semestre chegaram a R$ 4,6 milhões, 45,3% superior ao mesmo período de 2023. Já a evolução da carteira de operações de CGI somou R$ 21,7 bilhões, valor 21% maior do que o ano anterior. Apesar disso, o valor representa apenas 4% do total da carteira com recursos da poupança. Outro ponto importante, é que 99,7% das operações de garantia, são realizadas por meio da alienação fiduciária. 


Expectativas para 2024 


Visto o desempenho até então, a Abecip tem projeções otimistas para 2024. Segundo as previsões da entidade, os recursos imobiliários do SBPE e os do FGTS devem crescer 7,6% e 8,1%, respectivamente, atingindo concessões nas casas de R$ 164 e R$ 106 bilhões. A soma deve resultar em um aumento de 7,8% das concessões totais, sendo R$ 20 bilhões a mais que em 2023.


Fonte: Registro de Imóveis Org

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Matéria do Estadão repercute proposta da entidade para criação de modelo semelhante ao das debêntures de infraestrutura para o setor imobiliário. A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) vai propor ao governo federal a criação de um novo tipo de incentivo para a emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). A ideia é que haja a possibilidade de redução de impostos para o emissor em vez do investidor, como já acontece hoje. O modelo seria semelhante à legislação que criou as novas debêntures de infraestrutura no começo deste ano. O CRI é um título já bastante popular no setor da construção, com um estoque de R$ 208 bilhões, o equivalente a 10% de todos os recursos que abastecem a compra e a construção de imóveis no Brasil. Por meio desse instrumento, as empresas obtêm um financiamento que funciona como antecipação de recursos das suas atividades. O título é lastreado nos valores a serem recebidos com as vendas de imóveis na planta, aluguéis de imóveis residenciais ou comerciais, parcelas dos financiamentos concedidos a clientes, entre outros. O CRI atrai uma quantidade relevante de investidores, pois tem a vantagem de oferecer isenção de Imposto de Renda para pessoa física. Esses papéis também são bastante procurados por fundos de investimentos imobiliários, cujos rendimentos também são isentos de imposto para pessoa física. O que a Abrainc está propondo agora é que haja a transferência desse benefício para o emissor. No caso, as incorporadoras. Custo de captação pode cair “Nossa sugestão é de um tipo de CRI com reversão da isenção tributária em função do emissor. Isso pode ser feito na forma de crédito tributário e vai baratear bastante o custo de captação”, disse o presidente da Abrainc, Luiz França , em entrevista em primeira mão ao Broadcast. “A taxa na ponta vai ficar mais barata. Não estamos propondo nada diferente. É algo nos moldes das debêntures de infraestrutura”, emendou. “Estamos terminando de formatar essa proposta e devemos apresentar em breve para o Ministério da Fazenda, a Caixa Econômica Federal, os fundos e demais entidades para trabalharmos em conjunto.” A referência da Abrainc para esta iniciativa é a lei 14.801, sancionada em janeiro deste ano, abrindo caminho para a emissão de debêntures de infraestrutura com incentivos para as empresas. Entre outros benefícios, as emissoras agora podem excluir 30% dos juros pagos aos investidores na hora da determinação do lucro real e da base de cálculo da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL). Ampliação da oferta de recursos Na visão de França, a adoção do mesmo tipo de mecanismo seria um estímulo para ampliar a oferta de recursos às incorporadoras, especialmente dentro de um cenário de juros básicos elevados e de esgotamento de outras fontes de recursos para o crédito imobiliário. O presidente da Abrainc acredita que os CRIs incentivados atenderiam, por exemplo, investidores como fundos de pensão, que já são isentos de impostos em suas aplicações. Portanto, não seriam afetados por essa transferência do benefício ao emissor. “Aos olhos do investidor, os CRIs vão sair a taxas de mercado. Ele vai comprar o papel fazendo uma conta de NTN-B (Tesouro IPC+) mais o spread de risco. Estamos propondo aí dar uma atratividade para o emissor”, explicou França. Fonte: ABRAINC